O impacto do papel na qualidade da pintura com aquarela

A técnica de pintura em aquarela possibilita muitas combinações e criações de desenhos dos mais variados estilos.

A mistura de cores e intensidade do uso de cada uma delas consegue transmitir personalidade do artista, resultando em pinturas excepcionais.

E para quem está cogitando começar a pintar em aquarela, alguns pontos precisam ser considerados antes de adentrar nesse universo repleto de possibilidades e experimentações possíveis.

Neste artigo, vamos explicar qual é o impacto do papel na qualidade da pintura com aquarela.

Tipos de papel para aquarela

A pintura em aquarela demanda o uso de papéis diferenciados por conta da absorção da tinta que é dissolvida na água nessa técnica de pintura.

A gramatura, a textura, absorção e também a durabilidade característica de cada papel são o que orientam a escolha para a melhor opção.

Mas, antes de apresentar os papéis existentes, precisamos explicar os conceitos de prensa quente e prensa fria, que impactam nos detalhes do papel.

Essas duas formas de prensagem estão relacionadas com a textura final do papel.

A prensa quente, também chamada de hot pressed deixa o papel praticamente liso, ou seja, sem textura aparente e com granulação pequena.

É por isso que papéis prensados desse tipo fazem com que a tinta escorra e seque facilmente, tornando essa opção inviável para a aquarela.

Já os papéis de prensa fria ou cold pressed garantem mais textura em sua extensão.

Eles podem ainda contar texturas mais finas ou grossas, o que auxilia na fixação da tinta. O processo de secagem também é mais lento, ideal para pinturas em aquarela.

Agora que já apresentamos as prensas, vamos explicar sobre alguns dos papéis mais indicados.

Rough grain ou papel com textura grossa

Esse papel conta com uma superfície considerada áspera e irregular.

O seu processo de prensagem passa pela prensa fria, o que influencia no aparecimento de pequenos grãos que seguram a água na superfície.

Essa característica pode provocar manchas no papel, mas, ao mesmo tempo, consegue criar uma textura interessante nas tintas aguadas de aquarela.

Soft grain ou papel com textura fina

A superfície deste papel é granulada e rugosa, mas de um jeito leve.

Como ele fica no meio-termo, não sendo nem muito liso, nem muito áspero, é o escolhido por muitos artistas.

As suas pequenas marcas de textura também seguram a tinta e evitam que ela se espalhe demais pela folha causando manchas. A sua prensagem é tanto na prensa quente quanto na fria.

Satiné ou papel satinado

A superfície do papel satinado é lisa, sem textura ou também com uma textura quase imperceptível e sempre prensado com a prensa quente.

O papel apresenta maciez e permite fazer detalhes que não são possíveis em papel com muita textura, que influenciam na aderência do pincel.

Outras características importantes sobre os papéis

Reunimos ainda algumas outras características relevantes para se considerar quando escolher o papel ideal.

A gramatura

A gramatura de um papel indica a densidade do papel, ou seja, quantas gramas ele pesa por metro quadrado.

Portanto, quanto maior a gramatura, mais grosso e resistente é o papel. A gramatura é indicada pela sigla GSM ou G/M².

Quando falamos sobre aquarela, a escolha ideal é um papel de 300g/m² ou mais, que não vai se alterar com a presença da água.

Um papel que seja mais fino transforma a estrutura do papel com um formato enrugado, o que deforma a pintura e o desenho.

Textura

A textura é o aspecto da superfície do papel, que pode ser mais lisa ou mais rugosa.

Esse aspecto do papel é relevante para a aquarela, pois influencia na forma como a tinta se espalha pelo papel e no efeito visual da pintura.

Existem papéis com diferentes texturas como explicamos anteriormente e a adaptação com cada um deles depende de experimentações que podem ser feitas com diferentes tipos de papel.

Qualidade do papel

Por último, a qualidade do papel é outro fator essencial para escolher o papel de aquarela.

O papel de qualidade comprovada é aquele feito 100% de algodão, livre de ácido e com PH neutro.

Um papel com esse aspecto é branco, forte, flexível e não amarela nem desbota com o tempo.

Os cadernos de desenho e aqueles que usamos para escrever, geralmente, são feitos de celulose da madeira, com uma qualidade inferior à do algodão.

Esse tipo de papel tem ácido na sua composição, o que faz com que ele amarele e perca a cor com o tempo.

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