Lápis de cor: como escolher, tipos e técnicas para usá-los

Aqui no blog, nós já comentamos sobre a história da pintura e a origem dos pigmentos. Mas hoje, te contaremos um pouco mais sobre os lápis de cor. Os lápis propiciam ao artista iniciante ou experiente um traço único, pois são materiais com uma série de atributos, como atoxidade, leveza, fácil manuseio, etc.

Por isso, diferentemente das tintas aquarela que possuem mais complexidade de uso e aplicação, os lápis são mais simples e práticos, se tornando acessórios indispensáveis na coleção dos desenhistas.

Escolhendo o melhor lápis de cor

Antes que você se empolgue e compre uma Karl Box para começar a desenhar, a professora de artes Leida Nogueira aconselha aos iniciantes:

“Se é a primeira vez que você está pintando a lápis de cor, então experimente um pequeno conjunto de 12 ou 24 cores para ver se gosta do material. No Brasil, há muitas boas opções para atender a todas as aplicações do desenho, como paisagens ou retratos. As marcas de melhor qualidade são mais duradouras. Os lápis de cor são melhores para contornos e podem sobrepor as cores de várias maneiras.”

Nogueira também explica que você pode utilizar o mesmo lápis para fazer diversos tipos de traços, que vão desde contornos, linhas, sombra e rabiscos até a sobreposição de cores, conforme a forma de apontar e utilizar os materiais.

Os tipos de lápis de cor

Existem diferentes tipos de lápis, os três básicos que você vai precisar para começar a desenhar são:

  • À base de cera (modelos escolares tradicionais);
  • À base de óleo (conhecidos como giz, apresentam corpos de madeira);
  • À base de goma (solúveis em água, ou seja, os lápis aquareláveis).

É válido ressaltar que cada marca de lápis tem características próprias.

Cuidando do seu lápis de cor

Muitas dúvidas surgem na hora de apontar o lápis. Antigamente, era comum ver os pais usando facas para cuidar das pontas dos lápis de cores dos filhos.

Contudo, quando se trata de acessórios profissionais todo o cuidado é pouco. Se você também tem dúvidas entre o uso de apontadores ou estiletes, confira a opinião da Nogueira a respeito do tema:

  • Apontadores comuns: “com ele você pode conseguir vários efeitos, dependendo de quão afiada ou longa você quer a ponta do lápis, mas geralmente, você vai querer manter seus lápis bem apontados em todos os momentos”;
  • Apontadores elétricos: “São os mais indicados tanto para lápis de cor como para lápis grafites, isso se você quer as pontas sempre perfeitas e afiadas, porém são muito caros”.
  • Estiletes: “Eu prefiro o estilete, pois me poupa de ficar apontando várias vezes em curto tempo. Normalmente, faço pontas longas e não muito afiadas. É ideal para áreas muito pequenas que exigem uma precisão dos riscos ou uma pintura bem delicada”.

Além dos apontadores mencionados pela professora, destacamos ainda o modelo de apontador de mesa.

Este tipo de apontador geralmente conta com uma manivela, que facilita o uso. Além disso, ele é equipado com um dispositivo que serve para fixá-lo na mesa e com reservatório para os detritos, o que torna o uso muito mais prático e rápido.

Tipos de papel

Se você acompanha nosso blog, já conferiu por aqui que papel não é tudo igual. Na hora de escolher o tipo de papel mais adequado é preciso considerar o propósito do trabalho e o estilo de desenho.

Afinal, as diferentes gramaturas e texturas influenciam no traço e no resultado final da imagem.

Mas apesar destes aspectos, existem algumas dicas que podem ajudar na hora da escolha do papel ideal. Confira:

  1. Papéis de desenho de alta qualidade apresentam uma gramatura mais alta e boa resistência aos ácidos e ao envelhecimento, pois são formados por um material de primeira qualidade.
  2. O papel de impressão a quente é mais macio que os demais, garantindo linhas bem definidas, além de apresentar áreas coloridas homogêneas, ideais para detalhes e desenhos precisos.
  3. O papel de impressão a frio apresenta gramaturas finas e grossas, que quebram linhas e áreas e permitem a criação de traços soltos.
  4. O papel colorido também pode ser uma opção! Com o lápis de cor certo é possível criar traços vivos e com um brilho natural.

Técnicas de pintura com lápis de cor

A professora de Artes Margaret Imbroisi esclarece que: “o lápis de cor, como outras técnicas de pintura, requer certos conhecimentos e dicas a fim de conseguir bons resultados.”

Ela também apresenta dicas super bacanas para que você possa produzir efeitos interessantes a partir de tracejados, dessa forma, você poderá “utilizá-los como base na técnica mista que mistura este material com outros materiais”.

Confira as dicas da professora:

  • Uso do Sombreado: podemos conseguir o efeito de sombreado usando a lateral do lápis e com a ponta bem afiada;
  • Tracejado: linhas realizadas de forma rápida, regular com diferentes espaçamentos;
  • Cruzado: linhas tracejadas sobrepostas e que são ótimas para dar efeito de textura;
  • Circular: sobreposição de cores com linhas circulares, dando efeito de textura;
  • Contornos curtos: traços curtos seguindo uma direção específica, contornos curvos de forma a imitar cabelo ou gramados. Com o uso de duas cores densamente sobrepostas podem ser realizados efeitos de sombras e ricas texturas;
  • Esfuminho: rolo de papel em forma de lápis que tem como função tornar mais uniforme o grafite, mesclando a pintura até ficar homogênea. Esse material é mais indicado para lápis grafite, mas nada impede que seja utilizado em pintura com lápis de cor;
  • Lápis branco: utilizado sobre o papel colorido com a mesma técnica do uso de outras cores.

6 dicas para quem vai começar pintar com lápis de cor

É iniciante no universo da pintura com lápis de cor? Confira estas dicas para treinar suas habilidades:

1 – Mesclando cores

Use cores mais escuras e vá reduzindo a pressão gradualmente para que a cor varie até o branco. Desse modo, você pode facilitar a mesclagem de cores;

2 – Papel

O papel kraft oferece uma ótima opção para quem quer colorir uma imagem com um efeito texturizado. A professora Leida Nogueira pontua ainda que: “tanto faz se o papel for branco ou colorido, liso ou poroso, cada artista descobrirá o seu papel favorito para usar essa técnica de pintura. Por isso, é sempre bom investir em tipos de papéis de tonalidade, gramas e marcas diferentes”;

3 – Contraste

Se você ficar em dúvida na hora de escolher as melhores cores para pintar o seu desenho, tente fazer o uso de nuances complementares. Elas ajudam a chamar mais atenção e também trazem mais foco para os desenhos;

4 – Apagar depende da força

O sucesso de apagar suas marcas de lápis de cor depende de dois fatores principais: a cor da linha de lápis e a quantidade de pressão que foi aplicada. Cores escuras tendem a manchar o papel, tornando-as difíceis de remover. Já as linhas pesadas são difíceis de apagar, especialmente se a superfície do papel foi amassado”;

5 – Borrachas de vinil

Evite usar borrachas de vinil para tentar remover lápis de cor, pois o atrito entre ela e o papel, além de retirar toda a cera da película, poderá causar rasuras no papel, estragando a qualidade da sua arte.

6 – Movimentos com o lápis

Na escola, aprendemos a pintar em apenas uma direção. E apesar de ser uma dica interessante para certos tipos de trabalho, como a pintura de cabelos, rios e céu, ela não é uma regra!

Existem diversos movimentos e direções que podem ser utilizados durante um trabalho com lápis de cor, como a técnica de vai e vem ou a pintura em círculos, o estilo escolhido irá variar conforme o resultado que o artista espera alcançar.

Gostou das dicas? Por que você não tenta aplicar uma dessas técnicas hoje?

Escolha um papel com a gramatura mais alta ou uma textura de sua preferência, separe as suas cores de lápis de cor favoritas, teste para ver quais efeitos ficarão mais bonitos e deixe o resultado aqui para gente nos comentários!

Você pode gostar de...