A Land Art emergiu nos anos 60 e 70 como uma reação à comercialização da arte e à sociedade mainstream. Foi um período de rebelião, com o crescimento do movimento feminista e preocupações ambientais.
Grosso modo, Land Art é a arte misturada ao ambiente, resultando em peças de grande escala que são integradas diretamente com a natureza, muitas vezes usando elementos específicos do local. Essa abordagem rejeitava a comercialização e criava instalações em áreas rurais, destacando a força, a expansão e a beleza da natureza.
Neste artigo, vamos te apresentar a Land Art, suas principais características, obras e artistas. Acompanhe.
Entenda o que é Land Art
A Land Art, que também é conhecida como Earthwork, é um movimento artístico que visa transformar a natureza em criações artísticas.
A Land Art questionava os valores da sociedade industrializada, que explorava a natureza e o homem. Os artistas da Land Art acreditavam que a sociedade industrializada estava causando danos ao meio ambiente, e que a arte podia ajudar as pessoas a se conscientizar desses problemas.
Os artistas que começaram a explorar esse movimento buscavam encontrar beleza na natureza, mesmo em lugares que eram considerados feios ou inóspitos. Eles acreditavam que a natureza era uma fonte de inspiração infinita e rompiam com os limites físicos e criavam com pedras, areia, folhas, galhos, sal e diversos outros materiais.
Mas além de demonstrar uma inovação quanto ao estilo, a Land Art também expressava uma crítica à indústria cultural, à comercialização da arte e à racionalidade formal do minimalismo. Ou seja, era mais uma demonstração da arte enquanto ferramenta política.
Para explorar os locais e visualizar o seu potencial artístico, os artistas realizavam expedições até os locais para recolher objetos ou fazer intervenções, e utilizavam uma variedade de técnicas para trabalhar os materiais naturais, incluindo:
- Terraplenagem: a criação de formas na terra, como montes, vales ou círculos.
- Movimentação de pedras: a construção de estruturas com pedras, como torres ou círculos.
- Construção de estruturas: a construção de estruturas com materiais naturais, como madeira ou bambu.
- Plantação de árvores: a criação de paisagens com árvores.
A Land Art enfrentou o desafio da acessibilidade devido às localizações remotas de muitas obras. Para superar isso, a fotografia e a videografia foram usadas para capturar as instalações e apresentá-las em locais mais acessíveis, como museus e galerias, expandindo a influência da Land Art para um público mais amplo
Qual a origem da Land Art?
A origem da Land Art é complexa e controversa. Alguns historiadores da arte acreditam que o movimento surgiu no final da década de 1960, nos Estados Unidos e na Inglaterra, como uma forma de arte que buscava novos suportes e temas para a criação artística. Outros acreditam que a Land Art tem uma história mais longa, e que pode ser rastreada até as primeiras obras de arte rupestre, criadas por nossos ancestrais há milhares de anos.
O termo “Land Art” foi cunhado pelo artista Robert Smithson em 1968, para descrever uma nova forma de arte que utilizava a paisagem natural como seu suporte. Smithson acreditava que a essa abordagem poderia ajudar as pessoas a se conectarem com a natureza de uma forma mais profunda, e que poderia chamar a atenção para os problemas ambientais.
Apesar de ter surgido com um ativismo ambientalista, muitas vezes utilizando espaços já degradados, há debates éticos sobre os impactos ambientais causados pelas obras da Land Art. Alguns críticos, como Sheila Lintott, questionam o uso da natureza sem justificar um bem futuro, enquanto outros, como Draven Schoberg e Scott R. Stroud, discutem a relevância das obras para chocar ou alertar o público sobre danos ambientais
Os primeiros artistas do movimento, como Smithson, Michael Heizer e Walter De Maria, usavam materiais naturais, como pedras, terra e água, para criar grandes obras de arte que alteravam a paisagem. Essas obras eram frequentemente efêmeras, e eram sujeitas à ação do tempo e do clima.
A Land Art ganhou popularidade na década de 1970, e influenciou muitos artistas. Alguns artistas da Land Art, como Andy Goldsworthy e Christo, continuaram a usar materiais naturais para criar obras de arte efêmeras. Outros artistas, como Dennis Oppenheim e Nancy Holt, começaram a usar materiais artificiais, como aço e concreto, para criar obras de arte permanentes.
Os principais artistas do movimento
Robert Smithson é um dos nomes mais mencionados quando a Land Art é citada. Uma das suas obras, chamada Spiral Jetty ou “Quebra-mar em espiral” do ano de 1970, ficou muito popular. Críticos como Robert Louis Chianese destacam contradições na obra, questionando a alegada consciência ambiental destas criações.
Essa criação é uma espécie de rua construída com solo e rochas de basalto escuro, situada no Grande Lago Salgado, em Utah, nos EUA. Embora seja famoso, esse projeto ficou muito tempo imerso sob a água, o que evidencia um dos aspectos fundamentais da Land Art, a transitoriedade.
A deterioração dos materiais pelo clima, vento, neve, erosão, também confere valor às obras.
Outro artista que fez grandes contribuições para a Land Art foi Christo Vladimirov Javacheff, ou Christo.
Ele e sua esposa, Jeanne-Claude Denat de Guillebon, ganharam reconhecimento por envolver objetos urbanos, rurais e naturais com tecidos, criando um efeito visual impactante em suas obras.
Suas criações mais conhecidas são Running Fence, uma cerca de tecido branco que atravessava 40 km na Califórnia e Wrapped Reichsta, que cobriu o parlamento alemão com tecido prateado.
Michael Heizer também é considerado um dos precursores da Land Art. No ano de 1968, ele viajou para o oeste dos Estados Unidos para se debruçar nessa revolução artística que estava surgindo.
Nesse percurso, em um lago seco, o El Mirage, localizado no deserto de Mojave, que Michael decidiu criar a sua obra.
Um dos trabalhos que ele desenvolveu foi o conjunto Nine Nevada Depressions.
As inovações na arte contemporânea, como mostras imersivas e a crescente importância de exposições digitais, ressoam com os princípios da Land Art, demonstrando sua influência contínua e adaptabilidade às novas formas de expressão artística
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