22 fevereiro, 2024
Movimentos artísticos: a arte minimalista
Linhas coloridas, metal e formas geométricas que juntas conseguem transmitir diferentes perspectivas ao público fazem parte do movimento artístico minimalista.
O simples como elemento principal é uma das principais características do minimalismo e há décadas influencia artistas ao redor do mundo.
Esse movimento nasceu como uma tendência das artes visuais que aconteceu no fim dos anos 1950 e início dos 1960 em Nova York.
Neste texto vamos apresentar a arte minimalista, seus diferenciais e nomes importantes do movimento.
Conheça a arte minimalista
Por mais que o minimalismo esteja ligado à objetividade, não significa que ele não seja considerado uma forma de arte abstrata. Já que para criar arte minimalista, é necessário realizar estudos de cores, elementos e formas, assim como qualquer outro tipo de obra.
Sendo assim, o entendimento da arte minimalista passa pela visão de uma “extensão da ideia abstrata de que a arte deve ter sua própria realidade e não ser uma imitação de outra coisa”.
A arte minimalista desafia o olhar, uma vez que somos acostumados a encontrar em exposições, pinturas que representam figuras do mundo real: paisagens, pessoas ou cidades.
O minimalismo surgiu também como uma negação à arte ilusionista e metafórica, que traziam a mistura de cores e diversos elementos em uma mesma obra, como o exemplo:
Exemplo de arte ilusionista Vega-Lep - Victor Vasarely
Como a arte minimalista se desenvolveu
O minimalismo se desenvolveu no momento em que artistas como Frank Stella, Carl Andre, Dan Flavin, Donald Judd, Sol LeWitt, Agnes Martin e Robert Morris distanciaram-se do abstracionismo da geração anterior.
Quando esses artistas descreviam a arte minimalista, os seus discursos contribuíam para o entendimento dessa corrente artística totalmente nova.
Ambos mencionavam que o minimalismo tinha como proposta principal uma representação pura, simples, mas com harmonia nesses poucos elementos.
Conheça algumas das obras dos principais nomes do movimento:
Harran II - Frank Stella
Equivalente VIII - Carl Andre
Untitled (to Shirley and Jason) - Dan Flavin
Untitled (Stack) - Donald Judd
Serial Project (Set B) - Sol LeWitt
This Rain - Agnes Martin
Untitled - Robert Morris
O uso de diferentes materiais na composição
A arte minimalista recorre a elementos diferentes de tintas e telas.
Um dos materiais mais utilizados pelos artistas minimalistas é o metal, que permite criar estruturas geométricas, modulares e repetitivas.
O artista Carl Andre, por exemplo, em algumas obras, usou placas de metal dispostas no chão, criando padrões e ritmos visuais, assim como Donald Judd, que inseriu caixas de metal empilhadas na parede.
Outro material que os artistas minimalistas optaram foi a corda, que permitia criar linhas, curvas e tensões no espaço.
Fred Sandback, um dos nomes mais importantes do movimento, inseriu fios acrílicos de lã colorida em diversas das suas criações artísticas.
A proposta, nesse uso, era de construir, articular e definir situações espaciais particulares para criar uma atmosfera ilusória para os telespectadores da sua obra.
Assim, dependendo de onde a pessoa estivesse, a sua perspectiva mudava em relação ao que estava visualizando antes.
O artista Dan Flavin, como já mencionamos, usou tubos fluorescentes de diferentes cores em suas obras, criando efeitos de luz e cor.
Flavin conseguia alterar a percepção sensorial do espaço somente com o arranjo da luz.
A lâmpada, por exemplo, pode gerar uma aparente mudança de ângulo ao criar uma sombra dupla. Quando colocada verticalmente em um canto de parede ou ao contrário, quando colocada horizontalmente, produzia a ilusão de “fenda” ao formar diferentes níveis de luz.
O marco da exposição Primary Structures na arte minimalista
A exposição coletiva chamada Primary Structures foi um marco na arte minimalista.
Essa exposição teve exposições de Dan Flavin, Sol LeWitt, Robert Morris, Donald Judd e Tony Smith e aconteceu no Museu Judaico de Nova York no ano de 1966.
A Primary Structures foi formada por materiais nus, com superfície lisa e brilhante e na ocasião, viabilizou um questionamento relevante sobre a atuação dos artistas.
Os artistas não precisam ser “fabricantes” de arte, pois as suas obras não foram feitas com as próprias mãos.
Dessa forma, nasceu a ideia de que artistas também são designers. A união do espaço físico e ideias resultam, portanto, em uma única criação coesa.
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