O steampunk é um estilo que ganhou fama entre os anos 80 e 90, como uma releitura do cyberpunk, gênero criado após a invenção do computador. Trata-se de um retrofuturismo, ou seja, uma realidade distópica que atua fantasiando sobre um passado que nunca existiu.
Nele, a tecnologia da era Vitoriana (1837-1901) avançou, mas as roupas e costumes ainda prevalecem como os antigos criando assim uma hibridação entre passado e futuro. Geralmente as histórias são criadas para temas noir ou de ficção pulp.
A literatura voltada para esse tema originou um mundo fantástico baseado na tecnologia a base de steam (vapor) focada em fantasia. Trazendo o que conhecemos hoje em versões adaptadas para a tecnologia a vapor, o plástico dá lugar a madeira. Além disso, a fantasia permite trazer inovações inexistentes como cidades que caminham e navios voadores.
No que tange a identidade visual do gênero, os principais acessórios utilizados para caracterizá-lo são as bússolas, os binóculos, os relógios de bolso e os óculos estilo aviador.
Há também obras que fazem o uso de máscaras de couro e partes mecânicas para completar os corpos. As principais cores são o dourado envelhecido, marrom, vinho e o preto.
A cultura steampunk no cinema e jogos
Bebendo da fonte literária, o cinema colocou o novo gênero a todo o vapor. Das obras com maior destaque podemos citar “Hugo Cabret” (2011), que conta a história de um garoto que vive em uma estação de trem em Paris no começo do século 20. Seu pai é um relojoeiro e por isso há uma forte presença na fotografia de engrenagens e criaturas mecanizadas.
Em 2019 ocorreu o lançamento de Alitta, uma ciborgue sem memórias que é encontrada por um cientista. O filme carrega diversas referências ao steampunk, principalmente no que tange a arquitetura.
Outros clássicos do steampunk são “Desventuras em Série” (2004), que trás a estética punk com várias invenções fantasiosas, cartolas e óculos de aviador, a obra ganhou até mesmo uma versão em série pela Netflix em 2016.
O filme “Sucker Punch” (2011) apresenta garotas delicadas que lutam contra grandes robôs. Merece destaque também “As loucas aventuras de James West” (1999) um filme de comédia do gênero, com direito até mesmo a um robô gigante como inimigo final.
Há também jogos criados com essa temática, o mais conhecido são os 16 jogos da franquia de RPG “Final Fantasy” (1987-2016) os quais estão repletos de elementos como trens, armas, e óculos do gênero, além de Bioshock (2007), um jogo eletrônico de tiro em primeira pessoa completamente ambientado no tema.
Fontes de inspiração e reflexos na arte e literatura
Os inventos de Leonardo da Vinci foram grande fonte de inspiração para a cultura steampunk, pois tinham uma visão futurista aliada aos costumes do século XVI. A arquitetura também se destaca, com estruturas metálicas, que quase sempre remetem a Inglaterra Vitoriana.
Das obras literárias mais conhecidas podemos destacar “20 mil léguas submarinas de Jules Verne”, ambientadas num futuro do clássico “Viagem ao centro da terra”. Outros destaques vão para “Leviatã a missão secreta de Scott Westerfeld”, “A corte do ar de Stephen Hunt”, e “O circo mecânico” da editora DarkSide, os quais seguem a mesma temática.
A cultura pop e o steampunk
A banda emo Panic at the Disco produziu o clipe The ballad of Mona Lisa (2011) seguindo a temática, com direito a cartolas, óculos, engrenagens, roupas de época e um cenário cheio de máquinas.
Graças às redes sociais, é possível reunir todo o grupo de amantes do gênero no Brasil em um só lugar. De acordo com a reportagem do TecMundo “Um dos pontos mais interessantes do steampunk é que ele não se limita em um universo ficcional.”
A reportagem também conta que os estados do “Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro […] possuem conselhos organizados que promovem várias atividades para os fãs. Nos encontros, há desde discussões sobre obras até a produção de artesanato com base no steampunk, tudo isso com fãs devidamente caracterizados.”
E você, já conhecia esse universo? Tem alguma outra obra para indicar? Deixe nos comentários.